Novo álbum de Justin Bieber é um pouco chato (mas essa é também sua maior qualidade); leia crítica

  • 11/07/2025
(Foto: Reprodução)
'Swag', lançado de surpresa pelo cantor após hiato de 4 anos, tem produção minimalista e com pouco estimulo. Para ouvidos desacostumados, pode ser monótono. Justin Bieber em foto de divulgação do álbum 'Swag' Divulgação Título: "Swag" Artista: Justin Bieber Nota: 6,5/10 Muita gente vai achar o novo álbum de Justin Bieber meio... chato. Mas o que faz o disco "Swag", lançado nesta sexta-feira (11), ser entediante em alguns momentos é também a sua maior qualidade. Ex-astro adolescente, Bieber dedicou boa parte da carreira até aqui ao esforço para provar que cresceu -- não só emocionalmente, mas também em sua capacidade criativa. Nesse trajeto, acabou se tornando muito bom em incorporar e sintetizar estéticas e sonoridades que marcaram eras na música. Por exemplo: em 2015, o álbum "Purpose" virou símbolo do pop vibrante de sons ultra graves, que fazia sucesso naquele momento, também em músicas de nomes como Major Lazer e Drake. Já o "Justice", de 2021, encaixou direitinho no R&B suave que estava bombando, com SZA, Daniel Caesar, H.E.R e outros artistas, além de incluir elementos do pop africano, que começava a virar tendência. Justin Bieber lança seu 7º ábum de estúdio, 'SWAG' Reprodução/Instagram Lo-fi Não é diferente com o "Swag", seu sétimo trabalho de estúdio, divulgado de surpresa após um hiato de quatro anos. O cantor canadense se apoia em influências que vão de Michael Jackson a Frank Ocean, e retira ainda mais peso de suas músicas, para criar um disco lo-fi -- mais um fenômeno que é a cara dos anos 2020. O termo é uma abreviação de "low-fidelity" (baixa fidelidade) e descreve sons marcados por imperfeições intencionais na gravação. As músicas lo-fi geralmente têm produção menos agressiva, mais delicada e minimalista, que propositalmente parece caseira. É, acima de tudo, um estilo de música sem tantos estímulos. Por isso, nos últimos anos, playlists lo-fi viraram mania entre millennials e zillennials exaustos, em busca de sons ambientes com baixo impacto. São composições perfeitas para ouvir enquanto você está fazendo outra coisa: estudando, dirigindo, cozinhando... o álbum de Justin Bieber cabe muito bem nessas situações. Foi uma escolha ousada, até corajosa, do cantor. Apesar de ter crescido na música alternativa, o lo-fi não pegou tanto no pop comercial. Artistas como Billie Eilish, Benson Boone e Sabrina Carpenter, que se revezam hoje no topo das paradas, têm explorado produções mais grandiosas ou "bagunçadas". Para ouvidos desacostumados, a suavidade do disco de Bieber pode ser monótona. Mas é fato que o artifício funciona muito bem em vários momentos do "Swag". Em "Things you do", uma canção de amor fofa e intimista, parece que ele está sentado na cama tocando guitarra e cantando baixinho só para você. Um sonho. Já "Go baby", balada que o cantor dedica mais claramente à sua mulher, Hailey Bieber, é melosa demais. "Essa é a minha garota, ela é icônica, capinha de iPhone com gloss labial", diz a letra, uma referência ao produto lançado pela marca de beleza criada por Hailey. Dá a sensação de estar ouvindo um disco de Ed Sheeran. Tem quem goste, pode virar hit. Justin Bieber e Hailey Bieber Divulgação A partir de "Way it is", parceria com o rapper norte-americano Gunna, o lo-fi de Bieber brilha numa parte ainda mais etérea do disco. "405" é um passeio romântico de carro sob o pôr do Sol. O cantor se mostra sentimental com a fase atual de sua vida. Jack Blues, o primeiro filho de Bieber e Hailey, nasceu em agosto do ano passado. "Sou um pai que ama como um menino", ele reflete. "Devotion", gravada com o produtor de R&B lo-fi Dijon, tem melodia radicalmente tranquila, transitando entre o surf pop e o country suave. É um dos pontos altos do álbum. O problema é que os bons momentos do "Swag" acabam diluídos num trabalho prolixo demais. São 21 faixas e, no meio delas, algumas gravações caseiras e interlúdios mostrando conversas de Bieber com o comediante americano Druski. Antes do fim do disco, chega aquele momento em que você se pega pensando: tá, já entendi a mensagem. Talvez, não fosse um problema tão grave se, liricamente, o "Swag" entregasse um pouco mais. Como em outros trabalhos, Bieber parece perturbado, arrependido e enfrentando questões amorosas. "Fiz uma promessa, te disse que ia mudar. É só a natureza humana, essas dores do crescimento", ele diz na esquecível "Walking away", e parece falar de problemas no casamento com Hailey. Também ensaia algumas reflexões sobre sua relação com a fé religiosa, como em "Forgiveness", com o pastor americano Marvin Winans. Mas o cantor passa por todos esses temas sempre de forma muito abstrata, sem revelar o que exatamente o deixa feliz, ou tranquilo, ou ansioso, ou angustiado. Assim, fica difícil para o público se identificar. Mas tudo bem: pelo menos ajuda a preparar um bom risoto. Cartela resenha crítica g1 g1

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2025/07/11/novo-album-de-justin-bieber-e-um-pouco-chato-mas-essa-e-tambem-sua-maior-qualidade-leia-critica.ghtml


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